ALGUNS PATRIMÔNIOS ESCONDIDOS PELO MUNDO

SOME HIDDEN HERITAGE AROUND THE WORLD

CHINA

Buda gigante de Leshan

O primeiro templo budista da China foi erguido no Monte Emmei, situado na província de Sichuan. Vários santuários surgiram no entorno, tornando o local um dos mais sagrados do mundo para o budismo. Entre essas construções, a mais notável é o Buda de Leshan, esculpido diretamente na rocha durante o século 8. Com 71 metros de altura, a imagem conhecida como Dafo é a maior do planeta e está sentada como se olhasse diretamente para a confluência dos rios Minjiang, Dadu e Qingyi. Não por acaso ele foi concebido nessa posição: seu idealizador, o monge Haitong, esperava que acalmasse as turbulentas águas que ameaçavam os veleiros em travessia. No local onde está Dafo ainda há uma pequena estátua do antigo monge, o Museu do Templo Lingyun e tumbas da dinastia Han.

TIBET
Palácio Potala

Localizado em Lhasa, o palácio foi morada do Dalai Lama (líder religioso e político do Tibet) até 1959, quando houve uma revolta frustrada contra o governo comunista chinês. Atualmente é um museu que impressiona pela magnitude: são 140 mil metros quadrados, 117 metros de altura, 1.000 quartos, 10 mil santuários budistas e 200 mil estátuas. Localizado na Marpo Ri, nome chinês da Montanha Vermelha, a quase 4 mil metros acima do mar, o Potala também serviu de fortaleza, com muros de 5 metros de largura na base e 3 metros no alto. As principais construções que compõe a ex-morada do Lama são o Palácio Branco e o Palácio Vermelho. O primeiro era onde o líder do Tibet morava e trabalhava, enquanto o segundo foi dedicado ao estudo religioso, além de abrigar os túmulos de oito Dalai Lamas. MÉXICO
Ruínas de Calakmul

O sítio arqueológico de Calakmul exibe a maior cidade maia já conhecida. Localizada em uma reserva de 7.300 metros quadrados, a antiga urbe, outrora chamada Ox Te’Tuun, já foi um importante polo de poder com 50 mil habitantes, dominando o entorno em um raio de 150 quilômetros. Atualmente existem quase 7 mil construções no local, das quais os principais destaques são duas pirâmides, uma de 45 e a outra de 50 metros de altura, e o Palácio Landell. Não apenas o sítio arqueológico se destaca pelo interesse histórico, arquitetônico e estético, mas também o próprio parque onde ele está localizado. É das últimas e maiores reservas de floresta equatorial intactas na América do Norte.

ETIÓPIA
Igrejas de pedra de Lalibela

Uma Nova Jerusalém africana, literalmente incrustada na terra, por mais improvável que pareça. Trata-se de um conjunto de 11 igrejas construídas no século 13 pelo imperador Gebre Mesquel Lalibela, depois de ter uma visão. Os templos foram talhados diretamente no solo rochoso, com câmaras e túneis subterrâneos interligando os espaços. Na cidade de apenas 9 mil habitantes, cerca de mil são monges. Cada igreja tem um religioso residente, sempre vestido com manto colorido, que de alguma forma combina com as janelas delicadamente esculpidas. A principal construção é a Beta Medhane Alem, feita por encomenda da viúva do imperador Gebre após sua morte.

REPÚBLICA DE MALI
Antiga cidade de Djenné

A marca de Djenné está em suas construções de adobe (tijolo de terra crua, água e palha), algumas quase tão antigas quanto à cidade. Fundada no ano de 250 a.C., tornou-se importante posto comercial na rota transaariana entre os séculos 15 e 17. Ali trafegavam principalmente mercadorias vindas ou a caminho de Timbuktu. Em sua arquitetura peculiar, destaca-se a mesquita da cidade, um dos maiores prédios de adobe do mundo. Por causa do frágil material utilizado, a população se junta anualmente em um festival em torno do templo, durante o qual são reparados os danos causados pela chuva e pelas bruscas mudanças de temperatura do deserto.

AZERBAIJÃO
Cidade murada de Baku

A capital do Azerbaijão é também a maior cidade do país. Seu centro histórico – a chamada “cidade murada” – tem construções o palácio de Shirvanshahs e a Torre da Donzela, erguidas há mais de 600 anos. Sabe-se que o local foi construído pela dinastia Shirvanshah, ao mudar a capital do país para Baku, mas há divergências se era usado como centro de poder ou se servia para fins espirituais. As obras incorporam a arquitetura de Ichari Shahar, de influência islâmica e russa. Anexada ao império czarista em 1806, a cidade preservou bem o complexo todo, que ainda conta com uma câmara funerária, uma mesquita, o mausoléu de Seid Yakhya Bakuvi e o portão de Murad. Outra atração é a Torre da Virgem, erguida pelo arquiteto Masud ibn Davud. Hoje, oferece um museu e uma loja, além da bela vista do mar.

ÍNDIA
Cavernas de Elefanta

Trata-se de uma rede de cavernas esculpidas pelo homem, localizada a apenas 10 quilômetros de Mumbai, em uma ilha nomeada pelos portugueses. O povo lusitano também é responsável pela depredação de grande parte das estátuas que existiam nas cavernas – aparentemente praticando tiro ao alvo – nesses templos de pedra que homenageiam a deusa Shiva. As obras foram restauradas na década de 1970, combinando a beleza pitoresca da própria ilha com o requinte dos entalhes remanescentes. Sua história remonta ao século 7, quando Mumbai passava pela era de ouro da dinastia Gupta. Nessa ocasião, as artes floresceram e o idioma sânscrito se consolidou, assim como o culto à deusa Shiva. Disseminado por poetas da época, ele inspirou a construção dos templos.