quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

SÃO PAULO: CIDADE DO (CITY OF) SAMBA

As escolas de samba de São Paulo estão mais próximas de realizar o sonho antigo de ter um espaço seguro para a produção das alegorias e fantasias do Carnaval. A construção do Fábricas de Sonhos, um local reivindicado há cerca de vinte anos pelas agremiações paulistanas, deve começar até o fim deste mês. A previsão de término é agosto de 2012. O projeto é inspirado na Cidade do Samba do Rio de Janeiro.
Serão construídos 14 barracões para as escolas do Grupo Especial em uma estrutura de 77 mil metros quadrados, próximo ao Sambódromo. De acordo com o presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, Paulo Sérgio Ferreira, a destruição de carros alegóricos no transporte até o sambódromo e a perda de material com inundações de galpões, provocadas pelas chuvas, causam enormes prejuízos às agremiações. “O sufoco que a gente passa é muito grande. O projeto é um desejo de todas as escolas e agora ele vai sair do papel e se tornar realidade”, disse.

Para o carnavalesco Fábio Borges, da Unidos de Vila Maria, o Fábricas de Sonhos vai proporcionar as mesmas condições de trabalho a todas as escolas. A presidente da Mocidade Alegre, Solange Cruz, também elogia a iniciativa já que o seu barracão fica em uma área de enchentes. “Trabalhamos o ano todo para o desfile, geramos empregos e não queremos perdas. Esta obra vai ser a evolução do nosso Carnaval”, afirmou.

A Pérola Negra é uma das escolas que mais sofre com as enchentes. Só neste ano, durante o temporal que atingiu a capital paulista no último dia 11, o prejuízo foi de R$ 20 mil com perda de alegorias e fantasias. O barracão da escola fica sob o Viaduto Mofarrej, próximo à Ceagesp. De acordo com o diretor de marketing da Pérola, Jairo Roizen, todo carnaval é o mesmo transtorno. “Para nós será uma benção. Sofremos muito, principalmente um mês antes que antecede o desfile quando os materiais já estão prontos no barracão”, disse.

O “Fábricas de Sonhos” também será considerado um novo pólo turístico da cidade de São Paulo. De acordo com a São Paulo Turismo, em algumas épocas os barracões estarão abertos aos turistas que poderão conhecer mais sobre a produção das alegorias e o funcionamento do Carnaval. Passistas, baianas, mestres-salas e porta-bandeiras farão a recepção dos turistas. Além da construção dos barracões para as escolas do Grupo Especial e o Barracão Escola, que será a sede administrativa, o local contará ainda com uma arena central para eventos e exposições.

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