Começaram nesta semana as obras do Cais das Artes, primeiro projeto assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha em sua terra natal, a cidade de Vitória, no Espírito Santo. O empreendimento foi concebido em parceria com o escritório paulistano Metro. O complexo de cerca de 30 mil m² de área construída foi encomendado pela Secretaria de Cultura do Estado do Espírito Santo, que tinha como objetivo incluir o Estado no roteiro cultural do País. Dividido em dois edifícios, o projeto abrigará um teatro, museu, biblioteca, auditório e café.
O Cais das Artes é localizado na Enseada do Suá, extensa área plana próxima ao Porto de Vitória. "O projeto está em um lugar muito privilegiado, que tem uma relação forte com a natureza e uma paisagem incrível, já que do lado oposto estão as montanhas de Vila Velha e o Convento da Penha", explica um dos sócios-diretores do Metro, o arquiteto Martin Corullon
Segundo o arquiteto, para deixar desimpedida a visão do entorno, os edifícios foram suspensos em relação ao solo, criando uma grande praça de uso público no local. A preocupação com a paisagem foi levada em consideração até mesmo ao projetar a circulação do museu: os arquitetos optaram por uma circulação vertical em rampa, que criará grandes varandas, permitindo ao visitante observar vários pontos marcantes da paisagem de Vitória.
O edifício do museu terá três pavimentos e abrigará 3 mil m² de área de exposição, o café, a biblioteca e o auditório. O prédio de 150 m de comprimento será interligado com um anexo de cinco andares, onde ficarão todos os ambientes administrativos do Cais das Artes. 
No outro edifício, por sua vez, serão instalados o teatro multiuso com dois níveis de platéia, e as áreas de camarins e apoio. O teatro terá capacidade para receber até 1,3 mil espectadores e poderá ser usado para shows musicais, espetáculos teatrais, de dança e orquestras.
Os dois prédios do Cais das Artes serão construídos em estrutura mista de concreto e aço. "A obra deverá ser concluída entre o final de 2011 e o começo de 2012", prevê Corullon. A construção custará R$ 120 milhões ao Governo do Espírito Santo.
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