quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A CASA "BEBADA" - THE HOUSE "DRUNK"

Uma forma peculiar de moradia vem chamando a atenção de quem passa pela estradinha rural que une as cidades de Nova Araçá e Paraí, no Rio Grande do Sul. Desde abril de 2010, o agricultor Claudiomir Munaretto e sua família – esposa e dois filhos – estão vivendo em pipas de vinho. E não se trata de uma casa construída nesse formato. Trata-se de duas pipas verdadeiras – usadas por mais de 35 anos – adaptadas em moradia da família.
O trabalho foi realizado pela arquiteta gaúcha Cristina Moreira que, antes de qualquer transformação, teve de providenciar a remoção da borra de uva que impregnava as paredes internas. “
Foi preciso lixar bem a madeira para reduzir o forte cheiro de vinho que pairava no ar”, explica a arquiteta.Internamente, as pipas foram pintadas com verniz fosco e na parte externa foi aplicado óleo de linhaça para mantê-las conservadas. “É perceptível a diferença de cores entre as paredes que armazenaram vinho e o assoalho novo”, diz Cristina.
Para garantir maior sustentação à casa, as estruturas de madeira foram envolvidas com círculos metálicos e ganharam uma torre de alvenaria, que serve de ligação e apoio aos moradores. “Nesse espaço ficam dois banheiros, um corredor e a escada que leva ao segundo andar”, diz Cristina.
Medindo aproximadamente cinco metros de diâmetro cada, as pipas abrigam toda a estrutura de uma casa convencional. Em uma ficam os quartos, sendo o dormitório dos filhos no andar de baixo e o do casal no piso superior. Na outra pipa está a cozinha e o escritório, este no segundo andar.
A casa também possui um subsolo em pedra natural, utilizado como depósito de vinho e ferramentas. “Não existe nenhum tipo de revestimento, quisemos conservar o estilo rústico das pedras e da madeira”, afirma o proprietário Claudiomir Munaretto.Por ser um projeto inusitado e diferente, a casa anda atraindo olhares curiosos.
Mas o grande objetivo dos moradores é torná-la um verdadeiro ponto de visitação com direito a passeio pelas árvores históricas da região e café colonial. “Para isso teremos que adaptar a cozinha, comprar móveis rústicos para a decoração e pensar no paisagismo do local”, explica Munaretto.

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